Notas soltas *
"Mais dois anos de Scolari são a garantia de mais dois anos de decisões polémicas, declarações controversas e critérios discutíveis. O suficiente para garantir que nunca se me vai acabar o material. Bem sei que esta pode parecer uma perspectiva profundamente egoísta, mas bem vistas as coisas, esta é uma daquelas decisões que deixa toda a gente contente. Os críticos de Scolari, que continuam a poder criticá-lo, os defensores de Scolari, que continuam a poder defendê-lo, uma boa parte dos nossos comediantes, a quem também não faltará material, a maioria dos nossos políticos, que vão ter tolerância de ponto para ver os jogos, e até o seu hipotético sucessor que, mesmo sem o saber, se livrou de boa. No fundo, toda a gente sai a ganhar, ainda que Scolari seja o único a poder comprar uma pequena ilha no Brasil com o salário."
"Não me venham com merdas. Estamos nas meias-finais do campeonato do mundo, mas continuamos a não jogar uma merda. Se não gostei que tivessemos passado? Claro que gostei! Delirei! Apeteceu-me abraçar um benfiquista, vejam lá! No que eu não embarco é nesta tentativa de tapar o sol com a peneira do costume e negar as seguintes evidências:
1. Jogámos durante uma hora em superioridade numérica e não marcámos um golo. Pior: nunca demos a sensação de o conseguirmos fazer, pois na verdade não criamos uma daquelas oportunidades que se consideram flagrantes. Aliás, conseguimos a façanha de estar nas meias-finais marcando um golo em dois jogos, o equivalente a 210 minutos!
2. Foram os ingleses, nesses 60 minutos, a ter a oportunidade de golo mais flagrante por intermédio de Lennon, e antes da expulsão de Rooney, foram os ingleses a estar sempre mais perto do golo.
3. Revelámos uma gritante falta de ideias para ultrapassar o muro que a Inglaterra, habilmente, colocou à nossa frente. O nosso jogo foi sempre lento e previsível. Os adeptos estrangeiros falam de Pauleta como o ponta-de-lança mais fraco do mundial.
"(Scolari) perdendo ou ganhando, não terás nunca a minha admiração se não criares as condições para soltar o génio do Ronaldo, do Deco e do Figo. Porque, de facto, as vitórias são o que fica para os livros, para as estatísticas. Mas o que perdura na memória dos vivos são os momentos mágicos."
"O Nuno Gomes, afinal, foi ao Mundial. E foi o ponta-de-lança português com melhor rendimento, com uma média golos/tempo jogado superior à de Pauleta e astronomicamente superior à de Postiga. Scolari foi esperto ao tê-lo poupado para estes minutos finais. Os alemães ficaram completamente surpreendidos! Bem feito!"
"[Portugal] voltou a mostrar que a única grande virtude de sua equipe é mesmo o espírito de luta, marca registada dos times dirigidos por Felipão. Não foi o bastante, diante da selecção francesa, que não chega a ser brilhante"
"o Mundial em que Portugal voltou a não estar foi o dos pontas-de-lança. Nem um para amostra. Ribéry tem razão: Scolari é um jogador. E andou quatro anos a apostar no cavalo errado. "
* (recolhidas em diversos blogs e sites)